A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22,
ocorreu em São Paulo, em fevereiro de 1922, no Teatro
Municipal.O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se
referência cultural do século XX. A Semana de Arte Moderna representou uma
verdadeira renovação da linguagem,uma ruptura com o passado.O evento marcou
época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através
da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que
antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte
plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos
arrojados e modernos. Dela participaram nomes consagrados do modernismo
brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Anita
Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida,Heitor Villa-Lobos, Di
Cavalcanti,entre outros. Muitos desses modernistas pertenciam à famílias da
elite paulista,ligada a cafeicultura.Por isso viajavam com frequência à
Europa.Lá estudaram e viveram por algum tempo e,dessa forma,trouxeram para cá
as novas ideias culturais da época.Alvo de críticas e em parte ignorada, a
Semana de 22 não foi bem entendida em sua época.
Alguns lugares dos modernistas em São Paulo :
Neste prédio situado a Rua Líbero Badaró 332 ocorreu,em
1917,a famosa exposição de Anita Malfatti, exibindo mais de 50 quadros
expressionistas, criticados com dureza por Monteiro Lobato, no artigo
"Paranoia ou Mistificação?", publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
Esse artigo é considerado o "estopim" do modernismo brasileiro, já
que provocou a união dos jovens artistas, levando-os a discutir a necessidade
de divulgar coletivamente o movimento.
Já na mesma rua,mas no número 452,num edifício de pequenos
apartamentos,havia a garçoniere de Oswald de Andrade.
Neste edificio situado na Avenida São João funcionou,a partir de 1908,a segunda sede
do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.Entre os seus ilustres alunos
está Mario de Andrade,que também foi professor nesta instituição.
Os modernistas costumavam se reunir com frequência para
conversar,se atualizar com as notícias e planejar novos projetos.
Um desses lugares era a Confeitaria Vienense,que funcionava
no Edificio da Paz,localizado na Rua Barão de Itapetininga 262.Neste prédio
também funcionou o escritório de Guilherme de Almeida.
Outro lugar muito usado para os modernistas se encontrarem era o Hotel Esplanada,que funcionava num luxuoso edifício localizado na Praça Ramos de Azevedo,atrás do Teatro Municipal.
Alguns modernistas atuavam como jornalistas freelancers.Os
seus artigos eram publicados em grandes jornais como “O Estado de São
Paulo”,que já teve uma sede na Praça Antonio Prado,e “Folha da Manhã”,atual “Folha de São Paulo”,que
já funcionou na Rua Roberto Simonsen.
Passados cem anos da Semana de Arte de 1922,quase todos
esses lugares que citei,e outros mais frequentados pelos modernistas em São
Paulo,mudaram de função.Alguns prédios estão desfigurados;outros foram restaurados.A
maior parte de nós passa por eles e talvez nem saiba a importância histórica
que possuem para a cidade em geral e para a arte moderna em particular.
Fotos : Izabel Heitor
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