O Parque Augusta,também chamado de Parque Bruno Covas em
homenagem ao ex prefeito de São Paulo morto em 2021,vítima de câncer,possui uma área de 23.000 metros quadrados e se localiza na confluência das Ruas Augusta com
Caio Prado e Marquês de Paranaguá, no bairro de Cerqueira César, próximo ao
centro da cidade de São Paulo.
A história
No início do século XX
foi construído, no local, um palacete pertencente à família Uchôa.
Em 1906, o imóvel foi vendido para as Cônegas de Santo
Agostinho que utilizaram o palacete para
inaugurar, em 1907, o Colégio Des Oiseaux. O Colégio encerrou suas atividades
em 1969.
Entre 1970 e 1974,o prédio foi sede do Colégio Equipe.
Em 1974, o prédio foi demolido para a construção de um
empreendimento hoteleiro que foi desativado.
O terreno foi transformado em estacionamento e, na década de
1980, abrigou o Projeto SP, que promoveu apresentações de diversas bandas como
Capital Inicial, Blitz, Titãs, Paralamas do Sucesso, entre outras, em sua
estrutura coberta por lona, como se fosse um circo.
Em 1996, o terreno foi adquirido pelo ex-banqueiro e
incorporador Armando Conde.
O tombamento
Em 1994 a vizinhança do parque iniciou um movimento visando
o tombamento da área.
O terreno do Parque Augusta só foi definitivamente tombado,pela
prefeitura, em 2004.
A partir daí a área
passou a ter proteção legal que implicava a prévia autorização do Conpresp para
qualquer intervenção física no local.
Em 2006, a pedido da SAMORCC - Sociedade dos Amigos,
Moradores e Empreendedores do Bairro de Cerqueira César, começou a tramitar na
Câmara Municipal de São Paulo, o projeto de lei 345/2006, de autoria dos
vereadores Juscelino Gadelha e Aurélio Nomura, que propunha a criação do Parque
Municipal Augusta na totalidade do terreno.
Em 2013,surgiu o Movimento Parque Augusta. Após intensas
pressões dos movimentos sociais, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em
duas votações, o Projeto de Lei 345/2006 e enviou a Lei Ordinária Municipal
15.941 ao prefeito Fernando Haddad, que a sancionou em 23/12/2013.
A escritura do Parque Augusta foi finalmente passada para a
Prefeitura de São Paulo em 6 de abril de 2019.
O processo judicial
Em 2015, o CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do
Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), aprovou a
construção de prédios no Parque Augusta.No mesmo ano, o Ministério Público
Estadual de São Paulo, determinou que as indenizações (cerca de R$ 120 milhões)
pagas à Prefeitura de São Paulo pelos bancos UBS, CITIBANK e DEUTSCH por conta
dos recursos públicos desviados pelo prefeito Paulo Maluf durante obras da
Avenida Roberto Marinho (antiga Águas Espraiadas) deveriam ser usadas para
viabilizar o Parque Augusta sem prédios.
Diante da demora da prefeitura de São Paulo em cumprir a lei
15.941, ativistas ocuparam e limparam o terreno do Parque Augusta e o abriram à
população paulistana com a oferta de várias atividades auto-gestionadas.No dia
4 de março houve a reintegração de posse do Parque Augusta.No dia seguinte, as
Construtoras Cyrela e Setin perfuraram as calçadas do entorno do Parque
Augusta, com a intenção de levantar tapumes. Esta manobra foi denunciada pelos
ativistas defensores do Parque Augusta e as construtoras foram multadas.
Em 2016,o Ministério Público do Estado de São Paulo exigiu
que a área fosse entregue à prefeitura de São Paulo, em virtude de dívidas
oriundas do não pagamento das multas pelo fechamento indevido do Parque
Augusta.
Em 2017,a prefeitura recebeu a proposta do Ministério Público do
Estado de São Paulo de realizar permuta com outros terrenos públicos para
viabilizar o cumprimento da Lei 15.941.Foi selado,então,um acordo entre a
Prefeitura, o Ministério Público e as construtoras Cyrela e Setin,
proprietárias do terreno.
A construção
No fim de outubro de 2019 começaram as obras para
implantação do Parque Augusta.
O projeto foi elaborado pelo arquiteto Samuel Kruchin.
Em 2020 houve algumas polêmicas em relação às obras.O IPHAN
descartou a presença de vestígios arqueológicos que apontassem para a presença
de populações indígenas no local,mas
encontrou louças e artefatos do fim do século XIX.A pandemia de
coronavírus também atrasou o andamento das obras.
Após muitos anos de luta,finalmente o Parque Augusta foi inaugurado no dia 6 de novembro de 2021.
O Parque Augusta
O Parque Augusta possui
5 acessos: 2 pela Rua Caio Prado, 2 pela Rua Augusta e 1 pela Rua
Marquês de Paranaguá.
Seu horário de funcionamento é das 5 às 21horas,todos os
dias.
Conta com aparelhos de ginástica, brinquedos, cachorródromo,
redário, trilhas para caminhadas,arquibancadas e palco para apresentações,bosque
de mata nativa,gramado e sítio arqueológico.
Não há pista de corrida.Também não é permitido o uso de skates,patins e bicicletas.Mas quem chega de bike encontra lugar para estaciona-la.
O parque possui total acessibilidade e infraestrutura de
sanitários,bebedouros e bancos.
Não existem locais de venda de bebidas e alimentos.Também
não há quiosques,mesas e churrasqueiras.O espaço é mais apropriado para
piqueniques.
Duas construções antigas foram restauradas: o portal de
entrada, na Rua Caio Prado, e a Casa das Araras, que vai abrigar atividades
educativas e exposições.
O levantamento da fauna mostra a existência de 21 espécies
de aves silvestres. O bosque é formado por dezenas de espécies nativas ou
exóticas. Muitas delas estão identificadas.
São Paulo não precisa de mais prédios.São Paulo precisa de mais áreas verdes : parques,praças,jardins de chuvas,árvores,etc.Levando-se em conta que o Parque Augusta é o fruto de uma longa e difícil luta dos moradores da região contra as empresas construtoras e imobiliárias e a prefeitura,ele acaba assumindo uma importância ainda maior para a cidade de São Paulo.Que venham outros parques.
Fontes : Wikipédia , A vida no Centro e ida ao campo.
Fotos : 1,5,6,7 e 8 Izabel Heitor
2,3 e 4 Google Imagens.
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