De um local
habitado por índios no século 16,passou por rota de tropeiros e uma área de propriedades
rurais.Com o início da estrada de ferro São Paulo Railway (mais conhecida como
Santos-Jundiaí) em 1867,foi inaugurada a Estação Perus que deu início ao
processo de urbanização da região.
A estrada de ferro Pirapora-Perus
Em 1914 começou
a funcionar um ramal da estrada de ferro Santos-Jundiaí ligando o bairro de
Perus ao município de Cajamar,a Estrada de Ferro Pirapora-Perus.O projeto
inicial era transportar os romeiros de Pirapora do Bom Jesus,mas o ramal nunca
chegou até lá.Durante muitos anos serviu para transportar o calcário extraído
das minas de Gato Preto.A concessão para esta estrada de ferro foi concedida à
Silvio de Campos,Mari Tibiriçá e Clemente Neidhardt. A ferrovia Pirapora-Perus encerrou
as suas atividades em 1983 e foi tombada pelo CONDEPHAAT em 1987.
Em 2002 a linha férrea e o material rodante foi comodatado ao Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural que atualmente opera visitas monitoradas e passeios turísticos,bem como atividades de recuperação do material remanescente da ferrovia. Maiores informações você encontra em Estrada de Ferro Perus-Pirapora
A fábrica de cimento Perus
Em 1925,no
km 0 do ramal Pirapora-Perus,foi construída a primeira fábrica de cimento do
Brasil,a Brasilian Portland Cement,pelo grupo canadense Light.Durante todo o
seu funcionamento,a fábrica produziu cimento para construir boa parte da cidade
de São Paulo e de Brasília.
Foi
nela,também,que ocorreu a maior greve da história do Brasil : a greve dos
queixadas,que teve início em 1962 e durou sete anos.Em 1969,a Justiça do
Trabalho deu ganho de causa aos trabalhadores,que só vieram a receber os seus
direitos em 1975 com a expropriação da fábrica pelo governo federal. A história
desta greve está contada no documentário https://www.youtube.com/watch?v=mzHx25FoELA e também no artigo Como trabalhadores conseguiram fazer greve de sete anos em plena ditadura
Em 1992,já
desativada,foi declarada patrimônio histórico da cidade de São Paulo,juntamente
com a Vila Triângulo,a primeira vila operária da fábrica.
Desde 2012,os moradores de Perus lutam pela restauração da fábrica e da vila e pedem a instalação de um Centro Cultural,de Lazer e de Memória,bem como uma Universidade. Para saber mais sobre este movimento é só clicar em Movimento de reapropriação da Fábrica de Cimento Perus
O grupo J.J.Abdalla
No início da
década de 50,pedreira,ferrovia e fábrica já haviam sido compradas pelo grupo
J.J.Abdalla que administrou o complexo até 1975,quando foi expropriado pelo
governo federal. Em 1981 foi vendido em leilão para a própria família e desativado em 1983.A família Abdalla
ainda é a proprietária do complexo.
Essa é mais uma das muitas histórias da cidade de São Paulo.Caso você se interesse por conhece-la melhor poderá fazer uma visita ao local com a Tour Jundiahy
Fotos : Izabel Heitor
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